Os reclamantes alegaram que a Siri gravou conversas sem ativação voluntária, e que essas gravações foram compartilhadas com anunciantes. Segundo a ação, algumas dessas gravações eram feitas mesmo quando os usuários não utilizavam a frase “E aí, Siri” para ativar o assistente.
Como resultado, anunciantes supostamente usaram as gravações para extrair palavras-chave e direcionar propagandas mais assertivas. Um exemplo relatado é o de Fumiko Lopez, a autora principal da ação, que afirma ter recebido anúncios sobre produtos como o Air Jordan após conversar sobre eles com sua filha.
A Apple negou todas as acusações de irregularidade, afirmando que não gravou, compartilhou ou deixou de excluir gravações feitas involuntariamente pela Siri. Ainda assim, a empresa concordou em pagar a indenização para evitar custos e riscos associados a um processo judicial prolongado.
O acordo
No acordo, a Apple afirma ter deletado permanentemente gravações de áudio individuais feitas antes de outubro de 2019. A proposta será avaliada pelo tribunal do norte da Califórnia, com uma decisão esperada para 14 de fevereiro.
Os participantes da ação coletiva só precisam estar nos Estados Unidos e ter possuído dispositivos habilitados para Siri entre 2014 e 2019. Cada reclamante poderá receber até US$ 20 por dispositivo, enquanto os advogados podem ficar com até 30% do valor total, o equivalente a aproximadamente US$ 30 milhões.
Precedentes e impacto
Este não é o primeiro caso em que a Apple enfrenta uma ação coletiva. Em janeiro de 2024, a empresa pagou US$ 500 milhões em um processo nos Estados Unidos, onde foi acusada de reduzir deliberadamente a velocidade dos iPhones mais antigos.
Em março, a Apple concordou em pagar US$ 490 milhões em uma ação liderada pelo Conselho do Condado de Norfolk, no Reino Unido. Mais recentemente, em novembro de 2024, o grupo de consumidores Which? Entrou com uma ação contra a empresa, alegando práticas enganosas em seu serviço iCloud.
A Apple não está sozinha sob os holofotes. O Google também enfrenta um processo semelhante, acusado de escutar clientes por meio de seus dispositivos. Esse caso está tramitando no mesmo tribunal na Califórnia.
Embora a Apple não tenha admitido culpa, o caso levanta preocupações sérias sobre privacidade e segurança no uso de assistentes virtuais. Empresas como Apple e Google enfrentam pressões crescentes para proteger os dados dos usuários e garantir que tecnologias como Siri e Google Assistant sejam usadas de forma ética e transparente.
A decisão final sobre o acordo oferecerá não apenas compensação financeira para os afetados, mas também um precedente importante em relação à privacidade digital.
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